LES LISTEs des admis au bac general 2014 du lycee LUMumba

Professor,Do meu ponto de vista o debate que lnveata ultrapassa as questf5es de economia. Teriam que entrar outros especialistas para explicar este fenf3meno. Deixe-me dar dois exemplos para explicar o meu ponto. O primeiro e9 de um amigo meu, propriete1rio de uma oficina mece1nica no Maputo, com uma sucursal na Beira. Emprega no total cerca de 20 pessoas. Conseguiu furar o mercado da reparae7e3o de automf3veis do aparelho do Estado. Em termos de trabalho ne3o e9 o pior. Por formae7e3o, este meu amigo graduou-se como te9cnico de mece1nica no Instituto Industrial, apf3s o que trabalhou como Director Oficinal numa grande empresa de construe7e3o civil, daquelas que acabaram por fechar. Ficou com a oficina por acaso e, entretanto, matriculou-se no ISPU para fazer geste3o de empresas. Concluiu o curso com sucesso e e9 aqui onde comee7a a histf3ria. Quando este meu amigo se graduou, procurou-me para pedir ajuda. O problema e9 que ele gostaria de trabalhar! Este1 a entender Professor? Um homem que emprega cerca de 20 pessoas acha que e9 um desocupado! Custou-me algum trabalho convence-lo de que ele poderia utilizar os conhecimentos que adquiriu no ISPU para desenvolver a sua oficina, moderniza-la e torna-la mais competitiva. E que qualquer emprego que ele pudesse arranjar, sempre lhe pagaria menos do que os rendimentos que obtem da oficina. E o que e9 pior! Ele ia colocar em risco os empregos de cerca de 20 pessoas je1 que ne3o mais teria a mesma atene7e3o para com a oficina. Finalmente expliquei-lhe que se era um problema de pf4r gravata de manhe3, poderia faze-lo exactamente para ir trabalhar na sua prf3pria empresa. Por algum milagre consegui convencer este meu amigo e, com satisfae7e3o, noto que as suas oficinas este3o a crescer.O segundo exemplo e9 de uma amiga que explora uma mercearia no municedpio da Matola. A mercearia funciona num contentor. Esta minha amiga este1 a concluir o Instituto Comercial privado SOMIMO e, Professor, advinha o sonho desta minha jovem amiga. Acha que e9 fazer crescer a sua mercearia? Acha que e9 desenvolver o negf3cio e chegar a ter uma cadeia de lojas na Matola e, porquea ne3o, no Maputo? Lamento desiludi-lo, mas a minha amiga quer e9 emprego!O grande problema quanto a mim e9 que os moe7ambicanos que este3o nesses “dumbanengues� ne3o este3o le1 por convice7e3o, diferentemente dos nossos irme3os que veam dos Grandes Lagos ou da c1frica Ocidental. Estes encaram o negf3cio com seriedade. Comee7am com um contentor. Se passa por le1 seis meses depois, je1 acoplou mais um ou dois contentores. Um ano depois este1 a disputar com os nossos compatriotas de origem asie1tica as lojas do Alto Mae9 ou da Baixa. Ve1 a Nampula, Professor, para ver que grande parte das lojas da Cidade este3o nas me3os de africanos que falam portugueas com acento franceas ou ingleas.Qual e9 a solue7e3o? Barrar estes nossos irme3os empreendendores em “benefedcio� dos moe7ambicanos? Acho que ne3o. Creio que a presene7a destes estrangeiros pode ajudar os moe7ambicanos a ver que negf3cio e9 emprego. Ne3o e9 ponto de espera enquanto ne3o surge outra coisa. E estes estrangeiros oferecem uma vantagem que outros estrangeiros ne3o team. Eles vivem juntos dos moe7ambicanos no Infulene, no T-3, no Chamanculo, em Namutequeliua ou em Xiwawula na Cidade de Lichinga. Creio que os exemplos que dei ajudam a mostrar que o problema ne3o e9 econf3mico. Creio ate9 que e9, em parte, sociolf3gico.Um abrae7o Professor. Gabriel Muthisse